terça-feira, 17 de dezembro de 2013

UM HOMEM E SUAS MEMÓRIAS

  
Em primeiro lugar quero deixar claro a todos que esta obra possui relatos de fatos imaginários e criados nas horas vagas.
Portanto se contiver qualquer semelhança com a vida real, será mera coincidência do acaso.
                 
Dedico estas memórias ao meu amigo Martim 

 1ª Parte: Após seu nascimento, o menino ora chamado de Martim se sentia uma tanto diferente dos demais as vezes o seu pensamento o colocava em dois lugares ao mesmo tempo, como se seu corpo estivesse em um espaço presente e a sua mente pudesse ver e estar em outro local.
 Com o passar dos anos este acontecimentos passaram a ficar mais fortes e o sentir de sua presença em dois locais ao mesmo tempo.
  Sua família era de origem humilde mas financeiramente estava no início da classe média economicamente falando.
 O patriarca da família tinha que sustentar com seu trabalho os nove filhos que possuía. Um patriarca que busca dar o que de mais precioso um pai pode dar aos filhos, este dava todo o seu trabalho para pagar os estudo de seus filhos.
 A matriarca por sua vez, tinha a difícil tarefa de cuidar de todos os afazeres do lar e ainda dar a melhor educação aos nove filhos.
 Do total de nove filhos apenas dois não concluíram os estudos de nível superior, pois não quiseram.
 Nosso menino e o penúltimo filho desta família.
 Suas memorias serão relatadas a partir de então.
Aos cinco anos de idade o nosso Martim estava a passear sobre o muro que dividia a sua casa de outro imóvel, sempre buscando ficar no auto para poder com seu pensamento de estar em dois locais ao mesmo tempo.
 Em um de seus passeios ele subiu ao murro e depois não conseguindo andar sobre a sua casa que era de madeira e possuía telhas fracas de amianto o mesmo resolveu subir no único local que suportara o seu peso o banheiro, instalado do lado de fora da casa.
 Ao andar sobre esta superfície o mesmo veio a escorregar e cair com a sua face virada para o chão que ira de concreto duro.
 Queda esta que deixou uma grande marca em sua face, marca esta que estaria para sempre em sua testa, não em forma de cicatriz, mas sim, em forma de um relevo no centro de sua face.
 Após muitos anos, deste acidente o menino não mais se lembra de seus pensamentos duplos, corpo separado da mente, onde acreditava que poderia estar em dois locais ao mesmo tempo.
 A sua adolescência foi normal, exceto na face que o mesmo passou a ter conhecimento do que era o mundo e seus prazeres e ilusões.
 Conheceu mulheres, experimentou drogas, realizou viagens sozinho, desbravou o mundo onde tudo era lindo e novo. Mas este tempo estava para acabar.
 A primeira de suas namoradas era linda. Ruiva de cabelos longos e encaracolados até a cintura, um rosto vermelho sem igual, mas sem igual mesmo, sendo esta a única ruiva da cidade.
Fato ele teve com esta linda ruiva chamada de Claudica o seu primeiro grande amor.
 A casa de ambos ficava aproximadamente uns três quilômetros de distância uma da outra, quando queriam se ver ele tinha que usar dois ônibus para vê-la, mas dois para ir e dois para voltar. Quando não perdia o seu último ônibus e tinha que ir pela noite a dentro na BR escura e perigosa sozinho.
 Se sentia o mais realizado dos garotos até que um dia, a beleza de sua namorada despertou interesse em outro garoto que era de família abastada, ai seu domínio e castelo começaram a cair.
 A mãe de sua ruiva já não mais olhava para o Martim com os mesmos olhos de sempre, via no outro jovem um futuro melhor para a sua filha.
 Buscava a mamãe de todas as formas atrapalhar este namoro ao ponto de deixar marcas de açoite com cinto de couro na bela Ruiva, devido ao fato da mesma se negar a deixar o Martim que estava sempre andando de pé em troca do jovem que ora já possuía um belo automóvel.
 Grande era o sofrimento de nosso Martim   que em um belo final de ano, veio o seu castelo desmoronar.
 Neste ano, a bela Ruiva lhe pediu para que a levasse a cidade vizinha, com o intuito de assistir a chegada do papai Noel de helicóptero.
 Quando não possuía mais a habilidade de estar em dois locais ao mesmo tempo, Martim não percebeu o que iria ocorrer nesta viagem.
 Ao chegarem na cidade do evento, Martim levou a bela Ruiva e sua irmã para almoçarem na república onde a Irmã de Martim residia, fato " pois não tinha dinheiro para pagar o almoço para três pessoas", tentando agradar Martim acabou perdendo o horário pois a sua Irmã o tinha dispersado de seu objetivo, causando com isto a perda do evento que viajaram para presenciar.
  Após este evento, há relação entre ambos veio a se desgastar.   
 Foram vários os rompimentos e os retornos, até que chegou ao fim.
 Fim este que Martim jamais esqueceria, seu pai o mandaria para uma cidade muito, mas muito distante de seu amada Ruiva, sendo ao todo doze horas de ônibus.
 Buscou não apresentar naquele dia final o seu sofrimento aos pais, mas Martim se esqueceu que uma de suas Irmãs o levaria até o seu novo destino.
 HÁ!! Como ele chorou e sofreu por uma noite o que jamais poderia se imaginar, tanto amor com um beijo de sua bela Ruiva um simples lenço de pano branco com bordados em duas de suas pontas banhado com o perfume preferido de sua bela Ruiva lhe foi dado por ela pela janela.
 Meses se passaram, várias cartas de amor com juras infinitas, muitos sonhos presenteavam Martim com um conforto ilusório.
 Sem poder estar em dois locais ao mesmo tempo, já não mais se lembrava de sua habilidade.
 Em sua primeira temporada de férias foi logo ver a bela Ruiva, mas esta já havia perdido a sua esperança no retorno de Martim pois acreditava que seus estudos seriam somente de alguns meses, mas a verdade e que seriam vários anos. 
 Uma grande saudade por parte de Martim e uma enorme cobrança pela bela Ruiva, de que, Martim deveria se casar com ela, pois não suportava mais a sua mãe dizer que; deveria se casar e ter a sua própria vida.         
 Terminou as férias e também o grande amor de Martim, ele perdeu a bela Ruiva, sendo ele estudante, inicio de seus estudos, sustentado pelos pais que mal podiam pagar seus gastos, como poderia ele, se casar com a bela Ruiva e resgata-la de sua mãe.
 Então o tempo passou, após o seu retorno aos estudos e Martim recebe a última carta, que dizia:
 " Não consigo mais esperar casa comigo! Se não casar vou suicidar, ou me casar com o primeiro que aparecer. "
 Sim notícia ruim veio rápido a bela Ruiva havia ido morar em uma cidade vizinha com o seu pai, ora separado de sua mãe, chegando lã na tentativa de esquecer Martim e tocar a vida para frente, se tornou evangélica de uma igreja tradicional.
 Em uma de suas ida e vindas conheceu um rapaz José com quem se casou e teve uma única filha, pois para Martim esta filha foi como uma flecha em seu coração. Martim ainda estava na fase preparatória para o vestibular, o que cominou com a sua reprovação.
 Mais uma ano se passou e Martim além de não se recuperar do ano perdido também não conseguira esquecer a bela Ruiva, toda vez que retornava as férias buscava tentar ao menos ver mesmo que de longe a sua bela Ruiva.
 Mais uma ano se passou e nosso Martim se mudou para a Capital, já rapaz com posição política definida vieram as manifestações dos cara pintadas pelas ruas da Capital e lá estava Martim em cima de um trio elétrico lutando pelas reformas e pelo impeachment do Presidente Collor.
 Novamente Martim estava a todo custo tentando ser aprovado no vestibular para Direito.
 Realizava pré-vestibular em um curso conceituado da Capital onde veio a conhecer uma Morena de olhos verdes, cabelos lisos e longos pretos brilhosos, um pele que mais lembrava uma seda de tão lisa.
 Após a manifestação pelo impeachment Martim voltou ao local de seu curso para lavar o seu rosto pois estava coberto de tinta verde e amarela, neste momento se deparou com a Morena que ao primeiro minuto ficou estático, lá estava ela e sua amiga.   
 Na segunda feira seguinte Martim sentado na sala de aula ao lado de um colega Manoel os dois viram a Morena e sua amiga(Fátima). Mais que depressa o bilhete desceu as cadeiras convidando as duas para o cinema, o sorriso veio logo em seguida com uma olhada para traz.
Um Martim novamente se vê apaixonado!!!
 Seus olhos eram somente estudo e a bela Morena, nestes tempos não queria mais férias na casa de seus pais, somente estudarem juntos e serem aprovados na mesma faculdade.
 Martim se sentia um homem de verdade, amando e sendo amado, mas continuava na vida difícil de estudante, sem dinheiro, sem carro e morando agora com uma tia, longe da vida ideal que Martim idealizava.
 Numa de suas saídas, Martim estava com seu amigo e a Morena com sua Amiga, os quatro foram até a cidade de Contagem em uma casa de shows chamada " Taberna", Martim já dirigia o carro da irmã da Morena como o Tal, mas não tinha carteira de habilitação, sempre que saiam mentia que era habilitado para a Morena, pois se acontecesse um acidente o mesmo estaria frito, sem dinheiro e sem habilitação quem pagaria o concerto do carro?
 Em uma noite em especial a Morena convida o Martim para dormir em seu apto. Martim mais que depressa aceita e pensa "se eu dormir na sala está ótimo, assim não preciso ir novamente andando por mais de sete quilômetros a noite" do centro ao bairro onde resida com sua tia.
 Ao aceitar o convite de passar a primeira noite Martim fica encantado com um apto no vigésimo terceiro andar, de onde se podia ter uma vista linda da capital com jamais ele havia visto.
 Noite, ha que noite !!!! Mais parecia uma noite de núpcias com direito a um colchonete no chão segurando a mão da morena por mais de três horas e ela fingindo que dormia na cama.
 Por já não mais suportar Martim a pergunta se ela está dormindo, e a resposta foi imediata, não estou acordada e não consigo dormir. Como num passe de mágica os dois se tornaram em um só corpo. Martim se sentiu de verdade com homem pela primeira vezem sua vida.
 Um ato de amor completo com troca de beijos quentes, abraços apertados e calorosos uma noite que era uma sonho, desejava ele que durasse por toda a sua eternidade.
 A linda Morena de olhos verdes troca a cama por um colchão e se entrega de corpo e alma bem como Martim se entrega a ela.    
 Nesta noite também pairava no ar o medo, que a Morena e Martim tinham, pois Morena residia com sua irmã mais velha e esta não poderia imaginar o que acontecia dentro do quarto.
 Mas juras de amor, sussurros, gemidos, sons de dois corpos entrelaçados podia se ouvir se colocado um copo a traz da porta.
 Um noite tão maravilhosa, que não poderia ser substituída pela queima de fogos em festa de ano novo com virada do século em Copacabana.
 Exaustos de tanto amor adormecem o sono dos apaixonados juntos como uma ostra segurando a pérola mais valiosa dos mares.
 No primeiro raiar de sol do dia seguinte, domingo maravilhoso, Martim se levanta tímido e corre ao banheiro para limpar o rosto e verificar o odor de sua boca, afinal a Morena não poderia sentir o seu mal hálito após uma noite maravilhosa.
 Sem perceber a Morena abre uma porta que supostamente daria para um quarto e vai direto para a cozinha, preparar um maravilhoso café da manhã, ao sair Martim se depara com ela de cabelos longos e lisos somente de calcinha e uma camisa de malha branca de costas para a porta partindo um pão, ele mais que depressa, para ter certeza que não era um sonho a abraça por trás e lhe dá um beijo no pescoço.
 Neste momento o aroma do café invadia o apto e os dois se atracaram no meio da cozinha, com beijos quentes e caricias, era naquele momento uma verdadeira lua de mel.
 Beijando e se abraçando foram se esbarando entre as paredes e retornaram ao quarto, novamente o amor e a união de dois corpos se fizeram um só.
 Beijos, caricias gemidos calafrios e muitos orgasmos sentidos por ambos, uma paixão que queimava como brasa viva.
 Há o café e o pão ficaram frios e foram esquecidos!!